segunda-feira, 25 de junho de 2012

MORTAGUA'S DAY > Resenha do livro "Guia Afetivo da Periferia"

POR MORTAGUA


Um retrato do subúrbio

FAUSTINI, Marcus Vinícius. Guia afetivo da periferia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2009. 188 p.


De autoria do diretor teatral e cineasta Marcus Vinícius Faustini, “Guia Afetivo da Periferia” traz à tona o subúrbio da cidade do Rio de Janeiro sob o prisma de alguém que nela nasceu e foi criado. Trata-se de um passeio revelador do ambiente periférico e das artimanhas empregadas por um morador de tal local para ganhar a vida. Ao contar sua própria história, o autor desvela um mundo não muito familiar aos amantes do Rio espalhados por todo o mundo.
Por meio de uma linguagem simples e um texto bem escrito, Marcus Vinícius consegue relatar fatos de sua vida de um modo demasiadamente sensível, permeado por um intenso afeto com o território onde tudo se passa. O bom humor e a simplicidade das palavras fazem com que os olhos do leitor deslizem com o máximo de interesse e curiosidade.
O que à primeira vista poderia parecer apenas uma autobiografia constitui-se, na verdade, como um conjunto de memórias que explicita a realidade daqueles que vivem à margem, pessoas que não estão inseridas na zona privilegiada de consumo e riqueza. Da infância difícil em Santa Cruz, passando pelos momentos de diversão com os amigos, até as aulas de teatro e o primeiro emprego, o autor consegue fugir do previsível, surpreendendo a cada linha elaborada, a cada história relatada. Algumas das situações contadas são ilustradas por imagens, fato que aproxima leitor e autor, provocando uma sensação de intimidade entre as duas partes pouco comum na literatura atual.
“Guia Afetivo da Periferia”, portanto, se configura como uma obra leve e original, tanto pelo conteúdo que apresenta – o retrato da periferia – como pela forma de apresentação – a partir da história do próprio autor. Um dos seus grandes méritos  é expor o cenário do subúrbio, ainda pouco abordado e muitas vezes desvalorizado pelas produções culturais. Ao cabo da leitura rápida e agradável, que leva o leitor a lugares não tão maravilhosos da Cidade Maravilhosa, é inevitável aquele “gostinho de quero mais”. 


3 comentários:

  1. Fiquei com vontade de ler. Agora tu vai ter que me emprestar a porra do livro kkkkkkkkkk. Ótimo texto!!!

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  2. não é o Castanheira25 de junho de 2012 às 13:36

    texto bom demais meu amigo
    já esperando o proximo

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  3. Conheço a obra supracitada. Realmente é boa, daquelas que até quem não tem muito apreço por leitura consegue sentir prazer. Concordo com o autor da resenha quando diz que faltam produções que explorem o rico espaço da periferia, entretanto o mercado tem apresentado uma pequena evolução. Texto objetivo e bastante explicativo.

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